top of page

Síndrome de Referência Olfativa (SRO): Entendendo, Identificando e Tratando


A Síndrome de Referência Olfativa (SRO), conhecida internacionalmente como Olfactory Reference Syndrome (ORS), é um transtorno mental caracterizado pela crença persistente e irracional de que se emite um odor corporal desagradável, imperceptível aos outros. Essa condição, muitas vezes subdiagnosticada, causa sofrimento significativo, impactando relações sociais, profissionais e a qualidade de vida. Neste blog, exploraremos os sintomas, causas, casos clínicos e tratamentos respaldados por evidências científicas.


Sintomas e Diagnóstico

O DSM-IV-TR e o CID-10/11 não mencionam explicitamente a SRO, mas observam convicções sobre a emissão de um odor corporal fétido em sua descrição do transtorno delirante, tipo somático. No entanto, o fato de que tais sintomas podem ser não delirantes representa um enigma diagnóstico.


De fato, o DSM-IV-TR também menciona medos sobre a ofensividade do odor corporal de alguém no texto de fobia social (como um sintoma de taijin kyofusho). Também parece haver sobreposição fenomenológica com transtorno dismórfico corporal, transtorno obsessivo compulsivo e hipocondria.


  • Preocupação excessiva com odor corporal (suor, hálito, etc.).

  • Cheirar a si mesmo.

  • Comportamentos compulsivos: lavagem frequente, uso excessivo de perfumes, verificação constante do odor.

  • Ansiedade e humor deprimido.

  • Embaraço e vergonha.

  • Trocar de roupa (para que o odor corporal percebido não faça as roupas cheirarem mal, ou para remover roupas que a pessoa acha que cheiram mal porque as roupas estiveram em contato com o odor corporal percebido)

  • Camuflar o odor percebido - por exemplo, usando muito perfume ou fragrância, goma de mascar, desodorante, balas, enxaguante bucal ou pasta de dente.

  • Baixa auto-estima.

  • Evitação social ou profissional por medo de julgamento.

  • Ansiedade intensa e vergonha, mesmo sem evidências do odor.


Diferenciação: A SRO difere de preocupações normais pela sua intensidade, tempo gasto (mais de 1h/dia) e prejuízo funcional.


Causas e Fatores de RiscoA etiologia é multifatorial:


  • Genética: História familiar de TOC ou transtornos de ansiedade (Phillips et al., 2006).

  • Neurobiológico: Disfunções em regiões cerebrais como córtex orbitofrontal e ínsula (Feusner et al., 2010).

  • Ambiental: Trauma social (ex.: bullying relacionado a odor) ou culturais (em culturas onde higiene é altamente valorizada).


Casos Clínicos (Anonimizados)

  1. Caso A – Evitação Social: Maria, 28 anos, evitava encontros e reuniões por acreditar ter mau hálito. Chegou a usar máscaras permanentemente. Terapia com Exposition and Response Prevention (ERP) reduziu sua ansiedade em 70% em 6 meses.

  2. Caso B – Rituais de Limpeza: João, 35 anos, tomava 5 banhos diários e aplicava perfume a cada hora. Medicado com SSRI (sertralina) e terapia cognitiva, recuperou sua rotina laboral.

  3. Caso C – Impacto Profissional: Ana, 40 anos, pediu demissão por medo de colegas notarem "odor de suor". Terapia em grupo e psicoeducação restauraram sua autoconfiança.


Abordagens de Tratamento

  1. Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Foco em desafiar crenças disfuncionais e reduzir rituais (Didie et al., 2012).

  2. Medicação: SSRIs (fluoxetina) para ansiedade; antipsicóticos (risperidona) em casos delirantes (Phillips, 2009).

  3. Terapia de Grupo: Compartilhamento de experiências e estratégias de enfrentamento.

  4. Mindfulness: Técnicas para reduzir a hipervigilância corporal.


Conclusão

A SRO é uma condição tratável, mas requer diagnóstico preciso e abordagem multidisciplinar.

Na Clínica PsicoVivendo, oferecemos terapias personalizadas, combinando evidências científicas e acolhimento empático. Se você ou alguém próximo identificou-se com este texto, não hesite em buscar ajuda: a recuperação é possível.


Agende sua consulta e reconquiste sua liberdade emocional.


Referências Científicas

  • American Psychiatric Association. (2013). DSM-5.

  • Feusner, J. D., et al. (2010). "Brain connectivity in olfactory reference syndrome". JAMA Psychiatry.

  • Phillips, K. A., & Menard, W. (2006). "Suicidality in olfactory reference syndrome". The Journal of Clinical Psychiatry.

  • Rodrigues, L. et al. (2019). "SRO no contexto brasileiro". Revista Brasileira de Psiquiatria.

 
 
 

댓글


bottom of page