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Olhar para o luto é o passo para olhar para a vida.

O luto é uma palavra que usamos para expressar algo difícil que terá de ser reconhecido, enfrentado e aceito, expectativas, faltas, vivências, experiências, coisas, pessoas, momentos, relações. É um processo de dor e sofrimento que muito pouco se fala, vivemos em um tempo onde ser saudável e estar feliz se torna reflexo de uma positividade tóxica, onde ser bem sucedido e aceito é chegar em primeiro lugar, mais curtidas, mais seguidores, mais e mais. Se fala muito sobre o ideal de viver, se relacionar, ter, ser e pouco se diz sobre a morte, perdas, falhas, sobre o não querer ser o primeiro, sobre tanto faz quantos curtidas tem.


Parece-me que vivemos em uma corrida desenfreada de ideais de sucesso, do que é ser feliz e viver bem. E qual tempo nos resta para sofrer? O que a gente faz com o choro? Com a dor de perder alguém que amamos? Com o término de uma relação? Com a perda de um trabalho? Com as expectativas não atendidas? O que uma pessoa que não atende esse ideal de “ser feliz” faz para ser ouvida? Onde fica o luto nisso tudo?


Victor Frankl relata no livro ‘Em busca de sentido’ o seguinte: “A vida é sofrimento, e sobreviver é encontrar significado na dor, se há, de algum modo, um propósito na vida, deve haver também um significado na dor e na morte.” Mas nenhuma pessoa é capaz de dizer o que é este propósito. Cada um deve descobri-lo por si mesme e aceitar a responsabilidade que sua resposta implica.


Se tiver êxito, continuará a crescer apesar de todas as indignidades. Frankl gosta de citar esta frase de Nietzsche: "Quem tem por que viver pode suportar quase qualquer como."


Em resumo digo, não esconda seu luto, reconheça-o transforme em força de luta, fale sobre isso, chore, compartilhe com alguém de sua confiança e jamais se compare ou permita que sua dor seja resumida, você sabe o que vive e sente e só você será capaz de assumir a responsabilidades pelos ganhos e perdas de sua vida.


Olhar para o luto é o passo para olhar para a vida.




Texto: Psicóloga Aline Vicente CRP 12/20020


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